terça-feira, 11 de novembro de 2014

Papel - Uma breve história

Neste post, relataremos uma breve história sobre o papel e sua produção ao longo dos milênios.



A produção de papel é conhecida desde a época dos chineses antigos
Desde os tempos mais remotos, o homem utilizou diferentes materiais para registrar sua história. Os primeiros suportes empregados foram as cascas e folhas de algumas plantas, rochas e argila, além de peles e ossos de animais. Placas de madeira, recobertas ou não por uma fina camada de cera, e placas de metais, como o bronze e o chumbo, também foram utilizadas para os mais variados fins. Dos produtos vegetais empregados para a escrita, o papiro foi o que alcançou maior importância histórica. Não se sabe ao certo o período exato em que ele passou a ser empregado com essa finalidade, mas acredita-se que os mais antigos datem de 3.500anos atrás. O papiro foi amplamente utilizado na Antiguidade por egípcios, fenícios e gregos e, também, por povos da Europa durante a Idade Média. Entretanto, o seu escasseamento, associado à impossibilidade de importação em função das guerras, levou à procura de novos materiais para a escrita. Um dos principais substitutos, o pergaminho, já era conhecido e foi o material mais amplamente empregado durante os séculos IV a XVI. A utilização do papel como suporte para a escrita ocorreu inicialmente na China, no ano 105 d.C.. T'sai Lun fabricou pela primeira vez um papel, a partir de uma pasta vegetal a base de fibras de cana de bambu, amoreira e outras plantas, dando origem ao papel que conhecemos hoje. Este processo consistia em um cozimento forte de fibras, ap.s o que eram batidas e esmagadas. A pasta obtida pela dispersão das fibras era depurada e a folha, formada sobre uma peneira feita de juncos delgados unidos entre si por seda ou crina, era fixada sobre uma armação de madeira. Conseguia-se formar a folha celulósica sobre este molde, mediante uma submersão do mesmo na tinta contendo a dispersão das fibras ou mediante o despejo da certa quantidade da dispersão sobre o molde ou peneira. Precedia-se a secagem da folha, comprimindo-a sobre a placa de material poroso ou deixando-a pendurada ao ar. Os espécimes que chegaram até os nossos dias provam que o papel feito pelos antigos chineses era de alta qualidade, que permite, até mesmo, compará-los ao papel feito atualmente. A expansão para o Ocidente começou em 751, quando prisioneiros chineses introduziram, na Ásia Central, a indústria do papel. Daí em diante, o uso do papel foi cada vez mais disseminado e surgiram fábricas em cidades como Bagdá e Damasco. Na Europa, a primeira fábrica de papel surgiu na Espanha em 1144 e, ao final do século XVI, o papel já era manufaturado em todo o continente europeu. A fabricação do papeleira, até fins do século XVIII, essencialmente manual. A primeira máquina para fabricação de papel surgiu somente em 1798, na França. No Brasil, a produção industrial de papel foi introduzida pelos portugueses no ano de 1890.  A indústria de papel e celulose brasileira foi conduzida pelo capital privado, porém com forte apoio do Estado. Desde o Plano de Metas, este setor expandiu-se na economia nacional, sobretudo com a política de exploração de eucalipto implementada em 1957, a qual conferiu ao Brasil uma enorme competitividade e, décadas mais tarde, a liderança mundial na exploração deste tipo de árvore. A partir de 1968, a política industrial deste setor sofre uma inflexão e várias prioridades são traçadas para esta indústria. Dentre elas, a mais relevante foi à ampliação da escala produtiva, a qual assegurava, à produção, importantes ganhos de produtividade. Consequentemente, regras mais rígidas passaram a vigorar de forma ilustrativa, plantas produtivas com escalas mínimas, imposição de uma quantidade mínima de suprimento próprio de fibras, além de estímulos à pesquisa tecnológica para o uso do eucalipto. Tais diretrizes elevaram a produção brasileira de celulose em sete vezes ao longo deste período (1957-1973) e conferiram capacidade à indústria nacional de competir globalmente já em 1974 (JUVENAL e MATTOS, 2002).

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